O dia, a noite
O dia surge entre as neblinas da noite
que segue lentamente para a sua clareza
o barômetro aponta 6°C
Em New Yourk o frio oscila
Em Florianópolis o calor aquece
as praias fervem a 40°C
o gelo desliza sobre os corpos das mineiras
as peles se ardem a 45°C debaixo dos lençóis de Bh
a chuva em Buenos Aires 3°C
os mares rejeitam a poluição
os lixos oscilam para rumos distantes
um simples cidadão
passeava pela rodovia 69
quando de repente foi assassinado a sangue frio
fruto de uma violência desumana
das drogas do alcoolismo
a noite cai em El Salvador
todos se fecham em suas próprias prisões
o sangue inocente esquarteja em suas portas
não querem ser a próxima vítima
o próximo brinquedo dos revoltados
o céu é azul
nas praias brasileiras
ingleses se espantam
com as belezas que só Brasil oferta
aos sonhadores ofertamos
o que mais imploram ter
a sua humilde casa
casinha do coração
dois quartos por m 2
acabamento não terminado mas lar doce lar
enquanto em Nova York
um jovem rico esbanja
a noite vem caindo
uma silenciosa perigosa e violenta cobra
avança vagarosamente e destrói vidas
corroi corações apaixonados
perfura olhos sonhadores
flecha corações bondosos
é um tal de dia
é um tal de bla ble blo blu
o ritmo agressivo do dia
é um tal de noite sem fim
que derruba o sonho da paz